É o pipoqueiro, é o pipoqueiro…. Sempre tem pipoqueiro andando pela rua, num canto de praça, na entrada do circo, do cinema, do parque de diversões ou da escola e onde tem pipoqueiro e cheiro de pipoca quentinha, tem gente fazendo fila. Ao contrário do meu marido, que ama pipoca e nunca tem preguiça de ir à cozinha preparar uma panela bem cheia pra comer devagar na frente da TV, passo muito tempo sem lembrar da sua existência.
O fato é que pipoca tem que ser muito interessante pra me conquistar, como acontece com a Pipoca com parmesão da praça de São Luiz do Paraitinga.
Os doces avermelhadas nunca me seduziram, mas como eu adoro sabor, aroma, textura e cor de caramelo, sempre achei interessantes as pipocas caramelizadas e douradas.
Os doces avermelhadas nunca me seduziram, mas como eu adoro sabor, aroma, textura e cor de caramelo, sempre achei interessantes as pipocas caramelizadas e douradas.
Há não muito tempo, uma revista veio me pedir pra fazer pipoca doce pra festa junina e acabei entrando no assunto. Pesquisei daqui e dali, comecei a perguntar, a puxar conversa com apaixonados por pipoca e com pipoqueiros e vi que a maioria faz o caramelo e a pipoca separadamente e depois junta tudo.
Experimentei fazer desse jeito, mas o método não me convenceu, pois a pipoca não ficava caramelizada pra valer, só levemente envolvida pelo caramelo. Inconformada com o resultado, continuei as buscas, vi que algumas receitas diziam pra preparar tudo e tive certeza de que esse seria o caminho. Comprei mais milho e fui testar. De cara, foi pro lixo a versão que pedia pra fazer o caramelo, juntar o milho e deixar estourar, só que ele endureceu no caramelo e quase não estourou.
A Eri, do meu super trio de meninas que me ajuda nas pesquisas, testes e produções de receitas e fotos, veio me dizer que na casa dela todos faziam pipoca caramelizada e que o método era ultra simples, só misturar óleo, água, açúcar e milho numa panela e esperar a pipoca e o caramelo acontecerem juntos.
Fizemos juntas, exatamente do jeito dela e, quando abri a panela, fiquei feliz da vida com aquelas pipocas douradas e brilhantes. Teimosa, pois caramelo queima, fui roubar uma pipoca e fiquei intrigada quando percebi que ela estava muito úmida, mas a Eri disse que assim mesmo, que seria só colocar tudo numa tigela imediatamente e mexer de vez em quando durante uns 5min pra pipoca secar e não grudar (sem mexer, ela gruda e vira um bloco).
Deu tão certo que comprei mais milho e fiz a receita mais três vezes pra acertar as quantidades. A água é essencial, pois sem ela o açúcar carameliza rápido demais e o milho não estoura direto.
Desde que lançamos o site essa receita é a nossa campeã de visualizações. Muita gente, mas muita gente mesmo, testou e conseguiu uma panela de pipocas douradas e deliciosas, mas também é fato que um número razoável de pessoas teve dificuldades e dúvidas e acabou me escrevendo.
Diante dessas dúvidas e resultados não tão felizes, decidi fazer mais testes e pesquisas. A receita estava certinha, mas concluí que com algumas mexidas ela ficaria ainda melhor, com menos chances de erro.
Percebi que, com 4 xícaras (chá) de açúcar a quantidade de caramelo estava um pouco grande, sobrava um tanto no fundo da panela e esse tanto poderia ser o responsável pelas falhas (se a panela não fosse espaçosa, ela queimava). Diminuí pra 3 xícaras (chá) de açúcar, o caramelo passou a ser exatamente o necessário pra envolver os grãos e, assim, os riscos de queimar e amargar praticamente desapareceram.
Também experimentei acrescentar 1 colher (chá) de vinagre de vinho branco ou de maçã junto da água, dica pra ajudar a não queimar e, também, pra conseguir pipocas bem crocantes. Realmente funcionou, então acrescentei o ingrediente, que não dá gosto, nem aroma à pipoca pronta.
E concluí que é fundamental usar uma panela bem grande (as com tampa de vidro são perfeitas, permitem que a gente veja as pipocas estourando e controle melhor o processo).
Quanto ao processo: funciona colocar tudo de uma vez na panela, mas cheguei à conclusão que é mais fácil começar misturando a água, o óleo, o vinagre e o açúcar na panela até dissolver e só então juntar o milho, mexendo só de vez em quando até começar a estourar, e não mexendo direto.
Tenha paciência, há um momento em que parece que a calda se separa, o milho fica quase que nadando na calda e a impressão que se tem é de que tudo vai dar errado, mas aí começa a estourar, aí sim é hora de tampar a panela e, segurando com um pano, movimentar a panela pra misturar sempre pra evitar que a pipoca grude na base da panela.
Importantíssimo: o milho tem que ser realmente ótimo, daqueles que estouram pra valer, pois com o açúcar ao redor os grãos têm mais resistência no momento de estourar e sobram vários sem estourar.
E mais: as pipocas já em temperatura ambiente e secas ficaram perfeitas por uma semana guardadas tanto num pote bem fechado, como num saco também fechado.
INGREDIENTES
- 4 colheres (sopa) de água (60 ml)
- 4 colheres (sopa) de óleo vegetal (60 ml)
- 1 colher (chá) de vinagre de vinho branco ou de maçã
- 3 xícaras (chá) de açúcar (450 g)
- 1 xícara (chá) de milho para pipoca (180g)
PREPARO
Numa panela grande e espaçosa, misture a água, o óleo, o vinagre e o açúcar. Aqueça e mexa até começar a dissolver e conseguir uma mistura esbranquiçada, homogênea e começando a ficar líquida.
Junte o milho e misture. Mantenha no fogo, mexendo de vez em quando, até o primeiro milho estourar. Tenha paciência, pois o processo leva alguns minutos, a água tem que evaporar (mas sem ela os riscos de dar errado são maiores) e o grão precisa começar a inchar pra estourar.
Tampe a panela e, mantendo em fogo médio e segurando com um pano, movimente a panela até que os grãos parem de estourar.
Despeje as pipocas numa assadeira e, mexendo com delicadeza pra não esfarelar, e de 5 em 5min, vá soltando os blocos.
Quando a pipoca esfriar, passe pra um pote com tampa e sirva.
Ela se conserva bem por 1 semana.
Créditos: Na Cozinha da Helô